II Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses
Actualmente, a Associação dos Arqueólogos Portugueses incorpora duas secções, de Pré-História e de História, que promovem regularmente palestras, encontros, debates e congressos sobre os mais variados temas da investigação actual. Também as comissões de Heráldica e de Estudos Olisiponenses têm contribuído para o desenvolvimento dos conhecimentos nas respectivas áreas. A revista Arqueologia e História e a organização das Jornadas Arqueológicas (1969, 1972, 1977, 1990, 1993, 2000, 2003, 2007) têm sido pontos preferenciais de contacto entre a AAP e a comunidade arqueológica.
Numa primeira fase, até 1993, as Jornadas assumiram características de grande encontro arqueológico, de acesso universal, âmbito nacional e largo espectro temático. Aí se reuniram arqueólogos de todo país e de todas as áreas de investigação e intervenção para apresentarem e debaterem os resultados dos seus trabalhos. Nesse sentido, as actas destas Jornadas, publicadas em volumes autónomos, ou em edições da revista Arqueologia e História, são verdadeiros “instantâneos de alta resolução” da Arqueologia Portuguesa. A partir das V Jornadas realizadas em 2000 sob o tema “Arqueologia 2000: balanço de um século de investigação arqueológica em Portugal”, a iniciativa procura um novo formato, melhor adaptado às profundas mudanças no panorama arqueológico, no final do século XX, seguindo um modelo de colóquio temático com oradores convidados e incidindo sobre aspectos mais teóricos da história e organização da Arqueologia Portuguesa.
Em 2013, ano em que se comemorou o 150.º Aniversário da AAP, pretendeu-se reformular, uma vez mais, esta iniciativa, reconvertendo-a no I Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Por um lado, retomou-se o histórico carácter de encontro científico aberto e plural; por outro, estruturaram-se as sessões de acordo com a natureza e enquadramento dos trabalhos de campo que lhe dão origem, atentos às tendências consolidadas nas últimas duas décadas da actividade arqueológica nacional.
Neste congresso nacional estiveram presentes mais de 200 arqueólogos, que durante três intensos dias de trabalho nos auditórios da Biblioteca Nacional, apresentaram 141 comunicações/posters. O livro de actas – “Arqueologia em Portugal – 150 anos” – com cerca de 1500 páginas foi lançado durante o próprio congresso, ficando assim toda a informação vinculada pelos investigadores imediatamente disponível a toda a comunidade arqueológica.
Volvidos quatro anos – em 2017 – a AAP organiza o II Congresso, iniciando assim uma periodicidade que pretendemos ser constante. Este ano inicia-se também uma colaboração com o meio académico realizando o congresso em parceria com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Faculdade Nova de Lisboa. O congresso decorrerá nos espaços destas duas faculdades de Lisboa, sendo nosso desejo que nas próximas edições possamos levar este conceito a outras Universidades Portuguesas com ensino de Arqueologia.
A Associação dos Arqueólogos Portugueses, não esquece assim o seu passado, presente e futuro. A renovação e revitalização da nossa centenária associação passam, necessariamente, por uma aproximação às gerações de arqueólogos mais jovens, adopção de meios comunicacionais mais actuais e assunção de formas mais assertivas de intervenção nos grandes debates e questões de natureza científica, cultural e social, nos quais a Arqueologia se encontra crescentemente envolvida, na actualidade. Esperamos assim por tod@s neste II Congresso da AAP.